A MRE é a forma mais comum da doença esquistossomótica do sistema nervoso e a mais grave
e incapacitante da infecção pelo Schistosoma mansoni. Sua ocorrência é mais comum em homens e está relacionada à deposição dos ovos no tecido nervoso desencadeando respostas inflamatórias e consequente lesão desse tecido. Essa resposta pode variar de uma reação intensa do hospedeiro ocasionando graves prejuízos à medula, até uma reação mínima sem expressão clínica – a mais frequente - (SILVA et al, 2004).
QUADRO CLÍNICO
A MRE pode se manifestar em indivíduos sem história clínica prévia ou diagnóstico de esquistossomose ou mesmo muitos anos após o desaparecimento de manifestações intestinais da infecção (SILVA et al, 2004).
Geralmente, essa doença se expressa com: - Dor lombar (em 97,5% dos casos); - Diminuição da força e/ou sensibilidade de membros inferiores (97,5%); - Distúrbio urinário (96,2%) (BRASIL, 2006). Estas manifestações podem ocorrem com piora progressiva e acumulativa de sinais e sintomas ou pode ser lenta e ocorrer ao longo de meses e anos (SILVA et al, 2004).
Em alguns casos, a dor lombar ou em membros inferiores reduz ou desaparece à proporção que os outros sinais e sintomas vão surgindo ou se tornando mais acentuados. Em outros, observa-se melhora clínica espontânea com posterior recorrência das manifestações neurológicas (BRASIL, 2006).
Estudos indicam que o aumento da pressão intra-abdominal por esforço físico ou trauma pode desencadear a MRE (BRASIL, 2006). Assim, ações que exijam esforço tais como subir escadas, alguns esportes, defecação forçada, vômitos, parto, entre outros, podem desencadear os episódios de dor.
TRATAMENTO
O tratamento da MRE faz-se com esquistossomicidas, corticoesteróides e/ou cirurgia. Os objetivos são a destruição do verme adulto, interrompendo a postura de ovos, e reduzir a atividade inflamatória, para diminuir a compressão e destruição do tecido nervoso. A cirurgia está indicada para os casos em que os pacientes desenvolveram paraplegia aguda e bloqueio da circulação do Liquido Cefalorraquidiano – LCR e para os clientes que apresentam piora clínica, mesmo com o uso do tratamento medicamentoso (SILVA et al, 2004).
REFERÊNCIAS
Autor: Lindomar Fernandes
Enfermeiro IFCE campus Juazeiro do Norte
0 comentários:
Postar um comentário