segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Esquistossomose


       Popularmente conhecida como “xistose”, “barriga-d’água” ou “mal do caramujo”, a esquistossomose é uma infecção produzida pelo parasita trematódeo chamado Schistosoma Mansoni, o qual possui dois hospedeiros: um definitivo, o homem, e um intermediário: caramujos do gênero Biomphalaria (MELO, COELHO, 2000).

                                    Disponível em: http://bichinhosdejardim.com/preco-do-sucesso/.

MODO DE TRANSMISSÃO
     
        Os Schistosoma Mansoni adultos vivem no sistema porta do indivíduo (veias do fígado e intestino). Após a maturação sexual, acasalam e põem seus ovos nas veias mesentéricas inferiores, os quais atingem o intestino e são eliminados para o meio ambiente juntamente com as fezes. Quando a pessoa infectada evacua em local inadequado, os ovos  atingirem a água, eclodem e liberam uma larva chamada miracídio que, por sua vez, infecta caramujos do gênero Biomphalaria. Nesses, passam por uma série de transformações dando origem a várias cercarias, as quais são liberadas na água (BRITO, 2011). Essas nadam livremente e, ao encontrarem um indivíduo, podem penetrar na pele ou na mucosa oral, atingindo a circulação sanguínea, os pulmões e em seguida o sistema porta, onde se tornam adultos e reiniciam o ciclo (MELO, COELHO, 2000).


A contaminação das águas por fezes contendo ovos e o contato das pessoas com essas, provoca disseminação da esquistossomose.  Disponível em:  http://www.culturamix.com/saude/doencas/transmissao-da-esquistossomose    e  http://accbarroso60.wordpress.com/2011/03/03/ciencias-6%C2%AA-serie-ou-7%C2%BA-ano/                       

                                                                                                                     FONTE: Pinseta, 2013

ASPECTOS CLÍNICOS

              A sintomatologia da esquistossomose é variada e depende do estágio de evolução doença, da carga parasitária, da idade, do estado nutricional e da resposta imunológica do indivíduo acometido.
            Ao penetrarem na pele, as cercarias provocam uma dermatite local (coceira/ urticária, vermelhidão, inchaço e dor). Em torno de 50 dias depois, na fase aguda da infecção, podem surgir dor de cabeça, febre, fraqueza, falta de apetite, sudorese, acompanhada, às vezes, de dores abdominais, náuseas e vômitos (PINSETA, 2013), (MELO, COELHO, 2000).
          Na fase crônica, a sintomatologia varia de acordo com a localização da infecção. No intestino pode ocorrer processo inflamatório ocasionando diarreia sanguinolenta, dor abdominal, fibrose de alça intestinal e constipação. No fígado, ocorre a formação de granulomas ao redor dos
vasos do sistema porta causando hipertensão portal, que por sua vez resulta em ascite (barriga-d’água), aumento do baço e varizes esofágicas (NEVES, MELO e LINARDI, 2000).
Cliente com quadro de ascite (“barriga-dágua” ).
Disponível em: http://accbarroso60.wordpress.com/2011/03/03/ciencias-6%C2%AA-serie-ou-7%C2%BA-ano/

         Outras localizações dessa infecção são nos pulmões, no cérebro e na medula espinhal (Mielorradiculopatia Esquistossomótica) devido ao deslocamento de ovos através da circulação venosa e deposição nesses locais ou por oviposição local causando processo inflamatório e manifestações características (MELO, COELHO, 2000).

PROFILAXIA

As principais medidas profiláticas que visão interromper o ciclo da transmissão da esquistossomose  são as seguintes:
Identificação e tratamentos dos indivíduos acometidos pela esquistossomose objetivando a eliminação do Schistosoma Mansoni;
Controle dos hospedeiros intermediários;
Capacitação da população quanto as medidas básicas de saúde e para mobilização por  melhores condições de saneamento básico;
Saneamento básico (MELO, COELHO, 2000)


REFERÊNCIAS


BRITO, E.A. Parasitoses. In:____________. Biologia, livro 2.  1° Edição. São Paulo: Editora Poliedro, 2011. Cap 10, frente 3, p. 331-357.


MELO, A.L.; COELHO, P.M.Z. Schitossoma mansoni e a Doença. In: NEVES, D.P.; MELO, A.L.; GENARO, O.; LINARDI, P.M. Parasitologia Humana. 10° Edição. São Paulo: Editora Atheneu, 2000. Cap 22, p. 174-193.

PINSETA, D.E. Vermes Achatados: Os Platelmintos. In:___________. Anglo Vestibulares, Biologia 5 Zoologia e Embriologia. 3° Edição. São Paulo: Anglo, 2013. Cap 5, p. 30-36.

Autor: Lindomar Fernandes
Enfermeiro IFCE campus Juazeiro do Norte


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